PSICOLOGIA - TRECHO DE SUA HISTÓRIA
Somente na segunda metade do século passado começaram surgindo Escolas com características definidas:
1. Estruturalismo - Wilhelm Wundt (1.832 - 1.920). Titchener (1.867 - 1.927).
Esta foi a primeira linha da Psicologia que se destacou da Filosofia.
Emprega o processo da introspecção para análise das reações psicológicas. A verdadeira tarefa da Psicologia seria compreender a estrutura e o conteúdo da mente humana adulta, cujos elementos componentes são: sensações, imagens sustentadas pelos elementos da memória e sentimentos ou afetos. É o conjunto deste contexto que empresta significação a qualquer experiência. A sistematização e a explicação ocorrem por intermédio do sistema nervoso. São os processos no sistema nervoso que proporcionam unidade e coerência ao estudo dos processos psicológicos.
2. Funcionalismo - John Dewey (1.859 - 1.952). Thorndike (1.874 - 1.949). Woodworth (1.869 - 1.962).
A preocupação do Funcionalismo é a mente como processo adaptativo. Pouca introspecção e mais observação dos processos de adaptação do organismo. É isento de dogmatismos. Foi uma ponte para o Behaviorismo, dando destaque à aprendizagem.
3. Reflexologia - Ivã Sechenov (1.829 - 1.905). Ivã Petrovich Pavlov (1.849 1.936). Vladimir Bechterev (1.857 - 1.927).
Bechterev foi o legítimo iniciador da psicologia reflexológica. O comunismo esperava dos Psicólogos que formassem o "Novo Homem" Soviético. Começam os testes de inteligência para seleção de trabalhadores, treinamento e educação de escolares. Como alguns testes mal feitos acusassem pouca inteligência em filhos de membros do partido, foi proibido em 1.936. A psicologia Soviética volta a florescer em 1.955 e podemos dizer que é uma escola, porque tem objeto próprio - o estudo da consciência; um método, estabelecido por decreto, o pavloviano; tem bases filosóficas, também por decreto - o Marxismo e Leninismo.
Realizavam experiências com reflexos e sustentavam que o modo apropriado de se estudar os processos psicológicos era através da investigação fisiológica dos reflexos. A psicologia, para ser objetiva, deveria evitar toda a introspecção e formular apenas enunciados e observações relativos aos comportamentos de outras pessoas.
4. Behaviorismo - John Watson (1.878 - 1.958). Walter Hunter (1.889 - 1.954).
Para esta escola, o condicionamento seria a chave para a compreensão do comportamento. São palavras de Watson: "Dêem-me uma dúzia de bebês saudáveis, bem formados, e o meu próprio mundo para criá-los, e garanto tomar qualquer deles ao acaso e treiná-lo para tornar-se qualquer tipo de especialista que eu escolha - médico, advogado, artista, comerciante, bem como pedinte e ladrão, independentemente de seus talentos, tendências, aptidões, vocações e raça de seus ancestrais”.
O comportamento demonstra um propósito, uma intenção; quer dizer, o comportamento não ocorre de maneira aleatória, mas almeja sempre um fim, um objetivo específico. A finalidade da Psicologia é a de prever o comportamento, formular leis sobre o mesmo e controlar e apresentar formas de controlá-lo. A consciência não é um assunto legítimo para estudo científico. As unidades de comportamento são reflexos ou conexões Estímulo-Resposta (E - R), tanto inatos, como condicionados. Os hábitos são manifestos ou explícitos, visíveis no comportamento, ou são encobertos, implícitos.
Fundamentalmente, todas as respostas podem ser classificadas como glandulares ou musculares; em última instância, tudo o que podemos fazer é segregar e contrair.
Os reflexos podem classificar-se em emoções, instintos e hábitos. A unidade fundamental, a conexão Estímulo-Resposta, ou arco reflexo, combina-se com outras e resulta numa dessas três categorias de comportamento. As emoções envolvem músculos lisos, os instintos estão afetos aos músculos estriados.
Por volta de 1.930, o Behaviorismo radical já se havia diluído e surge o Neobehaviorismo, cuja figura principal é Skinner (1.904). Institui a ação do reforço cuja definição é: "Tudo é um reforçador se aumentar a probabilidade de uma resposta precedente”. Sua abordagem provocou impacto em numerosas áreas, entre elas na aprendizagem programada. Opõe-se à psicanálise e às concepções humanistas, ao defender que todo o comportamento é determinado não interiormente, mas de fora para dentro. O Behaviorismo afirma também: “A crença em um homem "interior" é uma superstição que teve origem, como a crença em Deus, na incapacidade do homem para compreender o seu mundo". Todas as ações são determinadas pelo meio. O comportamento é modelado e mantido pelas suas conseqüências.
5. Gestaltismo - Max Wertheimer (1.880 - 1.943). Kurt Koffka (1.886 - 1.941). Wolfgang Kohler (1.887 - 1.967).
Em 1.910, Wertheimer apercebeu-se do fato de que a estimulação visual, conquanto descontínua, gera a percepção do movimento contínuo. O percebido, segundo parece, não corresponde ponto por ponto ao estímulo físico, mas é organizado como um todo - um todo que não é, meramente, a soma total dos elementos que o compõem.
Estuda a organização da percepção defendendo que as percepções resultam da atividade puntiforme dos elementos neurais na superfície receptora. Essas partes do campo perceptivo organizam-se em conjunto, são percebidas como se pertencessem a um todo ou formassem uma unidade.
Em 1.920, Kohler publica um livro que consiste em uma descrição das "gestalten" físicas na química, eletricidade e biologia, e argumenta que os campos gestálticos que ocorrem nos fenômenos físicos também se verificam nos processos cerebrais. Wertheimer sustenta que os fenômenos psicológicos e os processos cerebrais subjacentes nos fenômenos psicológicos têm uma forma funcional semelhante, manifestam propriedades gestálticas análogas. O todo é mais do que a soma de suas partes, e até se apresenta como algo diferente. A maioria dos atos organizam-se de dentro para fora, ou seja, fazem sentido, são significativos. A semelhança entre as formulações de campo de Einstein, na física, e algumas idéias gestaltistas não é um mero acidente; pode ser atribuída a longas conversas entre Wertheimer e Einstein.
6. Psicanálise - Sigmund Freud (1.856 - 1.939). Nascido em Viena. É uma teoria da personalidade, uma filosofia da natureza do homem e um procedimento especializado de psicoterapia. Todo e qualquer ato, mesmo de pensamento, é sempre motivado. A força motivadora dos atos é a libido, um impulso egoísta, agressivo e sexual que constitui o "id", componente arcaico e inconsciente. Todos possuímos uma força criadora, sexual, responsável pelo prazer e pela auto preservação - Eros; bem como uma força destruidora, agressiva, que nos impele para a morte - Tanatos. O homem deve harmonizar esses impulsos com o mundo e manobrá-los de modo a satisfazer os nossos desejos sem violar as leis da sociedade. Nessa busca de harmonização desenvolve-se o "ego". Aquilo que se recebe do meio, forma o "superego".
Jung (1.875 - 1.961). Separa-se de Freud e funda a psicologia analítica. Lança a idéia dos arquétipos e do inconsciente coletivo. Dá ênfase à introversão e à extroversão.
Adler (1.870 - 1.937). Separa-se também e funda a psicologia individual. Para Adler, a criança, sentindo-se frágil perante o adulto, traz como conseqüência, ao longo de sua vida, um sentimento de inferioridade, gerado, principalmente, pelas primeiras e frustradoras experiências da infância. Como compensação, aparece a vontade de poder.
Otto Rank (1.884 - 1.939). Cria uma linha toda particular com base no trauma do nascimento.
Após a segunda guerra mundial, começaram surgindo várias linhas dentro da psicologia, todas apregoando o poder do pensamento. A Psicocibernética, que considera o inconsciente do homem tal como um computador, é a que dá sustentação científica para todas elas. Algumas dessas linhas são: Treinamento autógeno de Schultz, Auto-Sugestão, Controle Mental, Psicossíntese, Análise Transacional cuja técnica apresenta com muita propriedade o complexo jogo da alma humana.
E, nestas últimas décadas surgiram linhas que buscam o transcendente da pessoa humana, tais como:
Maslow, Sutich, e Rogers, com a Psicologia Humanística;
Assagioli, com a Psicossíntese;
Stanislaw Grof, em 1985, com a Transpessoal.