"CONFÚCIO"

Zélia de Toledo Piza 

        Confúcio (551-479) acreditava que os princípios do Tao podiam e deveriam ser aplicados a uma sociedade justa e civilizada. Vivendo num período de anarquia e injustiças, afligido pela miséria e pelo sofrimento geral, compreendeu Confúcio que a única solução seria uma reforma radical do governo. Não conseguiu atuar na administração e dedicou parte de sua vida ao ensino.

Pregou a vida toda os princípios edificantes do Tao. Para ele, pautar a própria conduta pelo Tao seria conformar-se à vontade do Céu.

Baseado em Fo-Hi cria uma filosofia que apresenta extraordinárias regras de vida. Foi testemunha do início da derrocada do regime feudal existente na China. A autoridade do Imperador era contestada. Os vassalos feudais, com seus exércitos particulares levavam o caos ao interior das províncias, com novas conquistas e impostos. O milenar sistema de exploração da terra era subvertido. As instituições sociais, sem exceção, estavam em decadência.

Confúcio optou pelo restabelecimento das antigas virtudes, fator, segundo ele, que havia possibilitado a antiga coesão social.

Seu plano era formar uma equipe de discípulos, de acordo com os preceitos da velha ordem moral e social, discípulos que ocupariam os postos chaves da administração pública e reformulariam toda a sociedade Chinesa.

Diz Confúcio: "Comento e transmito os ensinamentos dos antigos; nada invento de novo. Venero-os e confio neles". Os antigos a que ele se refere foram os reis virtuosos que dominaram os primórdios da história Chinesa - Yao (2.357-2.285 aC.) - Yu (  -2.205 aC.) - T' Ang ( - l.766 aC.) - Ueng Uan (  -l.200 aC.) - Ueng-Uan (  -l.200 aC.) - Wu-Uang (  l.l22 aC.).

Apesar de todo o esforço, não logrou a reforma, mas restou o Confucionismo e a figura de Confúcio, responsável por um ciclo de ouro, quando o pensamento filosófico e artístico alcançou grande esplendor. Pensava, ensinava e agia - princípio de sua escola, fundada em Lu, com o fim de atingir os dirigentes do país.

Percebeu que sua reforma político-moral a partir da reeducação da classe dirigente da China estava fora de qualquer possibilidade. Tentou em Lu, durante algum tempo, depois renunciou e fugiu, em busca de um príncipe que quisesse adotar seus princípios. Tudo em vão. Reduzido à miséria, quase é massacrado no reino de Song. Com 68 anos dedica-se à educação.

Sua doutrina era partir do homem, do indivíduo, passando pela família, pelo clã, aldeia, etc. até a reforma da sociedade. Só a virtude pode conservar o homem no seu caminho natural.

O modelo político para Confúcio era: virtude para os dirigentes, e tudo o mais será resolvido.


 

 

 

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