Moral e Ética

Zélia de Toledo Piza.

Antes de Sócrates, a moral era hedonista, isto é, o único bem é o prazer, a única regra de conduta é o interesse particular. O objetivo da vida era vencer os adversários, sem considerar se a causa era justa ou injusta. A moral era um empecilho para se conseguir a satisfação pessoal.

Sócrates, que foi o fundador da ciência, foi também o fundador da ciência moral, afirmando que ética é ação racional.

Todos os atos da vida devem ser analisados, criticados e a ação deve se realizar de acordo com o conhecimento adquirido pela pessoa.

Platão amplia a idéia de Sócrates. A filosofia platônica tem um fim moral, com uma visão mais ampla de toda a realidade. A sua filosofia mostra que existe em tudo um vir a ser, um nascer e perecer de todas as coisas. Considerando o mal que se manifesta no homem, onde o corpo parece ser inimigo do espírito, os sentidos parecem opor-se ao intelecto, a força das emoções formam um contraste com a razão, Platão afirmava que o espírito humano é peregrino neste mundo e está aprisionado na caverna do corpo. O homem deve, pois, transpor este mundo e libertar-se do corpo para realizar seu objetivo na terra, qual seja o de equilibrar-se e alcançar as quatro virtudes chamadas cardeais - prudência, fortaleza, temperança, justiça.

A característica fundamental da moral aristotélica é o racionalismo. Para Aristóteles, virtude é uma ação consciente, dirigida pela razão que exige o conhecimento absoluto, metafísico, da natureza e do universo.

A humanidade, por natureza, traz um elemento sentimental, afetivo, passional que deve ser governado pela razão sendo que esta é que deve governar e dominar as paixões sem destruí-las. A virtude ética deve ser uma ação com ciência. Aconselha um "hábito racional", ou seja, uma disposição constante da vontade para agir de acordo com a razão.

Existe, na evolução do pensamento humano, um período que recebeu o nome de "Ético" e que vai desde a morte de Aristóteles até três séculos depois. Na história das civilizações corresponde ao chamado helenismo. É uma época de decadência filosófica. É um período em que a moral é hedonista tal como, por exemplo, o Epicurismo.Como reação a essa irresponsabilidade moral, surgem filósofos que passam a considerar o prazer sensível inferior ao prazer espiritual e chegam a afirmar que o verdadeiro prazer é a ausência de desejos. Para os Estóicos, por exemplo, a virtude é o único meio para a felicidade, sendo que a paixão é má porque perturba a quietude da alma.

Segue-se um período que recebe na história o nome de "religioso" cuja principal escola é o Neoplatonismo. Ele afirma a transcendência de Deus que  pode ser atingida pelo êxtase, ou seja, pelo contato direto com a Divindade.

Depois do surgimento do universo provindo do Uno, dá-se a conversão do mundo de volta para Deus, trabalho que deve ser feito pelo homem que é um microcosmo e traz o universo dentro de si.

Surge então o Cristianismo. O homem deveria ter o corpo e toda sua natureza sujeitos ao espírito, mas continua-se notando uma rebelião do homem contra o espírito, do sentido contra o intelecto, das paixões contra a vontade.

No período cristão temos a Patrística, cujo nome provém do fato de ser composta por padres da Igreja.

A moral de Santo Agostinho é teísta e cristã e, portanto, transcendente e ascética. A vontade do homem que deve nortear as ações é livre e pode querer o mal e agir imoralmente, contra a vontade de Deus, recebendo depois as conseqüências.

Segue-se, então, o período da Escolástica, cujo principal vulto é Tomás de Aquino. Sua moral é intelectualista - o querer está condicionado, subordinado ao conhecimento e tem por fim a perfeição humana. Agir moralmente significa agir racionalmente.

A moral de Descartes se resume nas regras: adaptar-se às leis e aos costumes do próprio tempo e país; impor-se uma coerência pessoal, fazendo um propósito firme de alcançar o fim proposto; ter uma indiferença absoluta para com os bens que nos podem ser tirados.

No século passado tivemos o Positivismo, cuja moral era uma verdadeira religião, buscando sempre o bem da humanidade. A religião positivista é, verdadeiramente, um culto à Humanidade que toma o lugar da Divindade. Ela considera, com espírito religioso, todos os homens, tanto passados, quanto presentes e futuros que, de alguma maneira, tenham sido úteis à humanidade.

   O objetivo do Positivismo era levar cada ser humano a agir de tal maneira que construísse um destino sadio para a humanidade.

   Hoje temos a moral do Cristianismo com seus sete pecados capitais e os dez mandamentos.

 

Pecados capitais:                                  10 Mandamentos

Orgulho;                            Amar a Deus sobre todas as coisas;

Avareza;                            Não tomar seu santo nome em vão;

Luxúria;                            Guardar os dias santificados;

Ira;                                    Honrar Pai e Mãe;

Gula;                                 Não matar;

Inveja;                               Não pecar contra a castidade;

Preguiça.                           Não furtar;

                         Não levantar falso testemunho;

                         Não desejar a mulher do próximo;

                         Não cobiçar as coisas alheias.

 

O bem e o mal, porém, são valores muito relativos, porque dependem do grau de consciência da pessoa que pratica o ato e das intenções que o levaram a agir de determinada maneira.

 

Observação: Um bom recurso para levar a criança a perceber os limites da ética, seria analisar com ela o jogo de forças da justiça e da injustiça nos contos e histórias infantis. Também acompanhar programas de T.V. e analisar, juntamente com a criança, os acontecimentos que vão sendo apresentados, indagando por que foi justo ou injusto.

 

 

Ponto de vista Esotérico

 

Psicologia Infantil

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