Os profetas, de forma unânime, anunciavam a vinda do Messias. Fizeram isso ininterruptamente, incansavelmente, por oito séculos, desde Moisés. São exemplos:
Isaias 7:14 - "Portanto o Senhor mesmo vos dará um sinal; eis que uma virgem donzela conceberá e dará à luz um filho e pôr-lhe-á o nome de Emanuel". Emanuel quer dizer Deus conosco.
Miqueas 5:2 - "E tu, Bethlehem, posto que pequena entre milhares de Judah, de ti me sairá o que será senhor em Israel".
Malachias 3:1 - "Eis que eu envio meu anjo, que preparará o caminho diante de mim; e de repente virá ao seu templo o Senhor a quem vós buscais".
Zacharias 9:9 - "Eis que o teu rei virá a ti, ó Jerusalém, justo e salvador, pobre e montado sobre um jumento"
Três mil anos antes de Cristo, Yeseus Krishna afirmava a seu discípulo Arjuna: "Todas as vezes, ó filho de Bharata, que Dharma, a Lei Justa, declina e Adharma se levanta, Eu me manifesto para salvação dos bons e destruição dos maus. Para restabelecimento da Lei, Eu nasço em cada Yuga" (Yuga significa ciclo).
Para explicar essa capacidade de profetizar, Samuel afirmava que o homem, seguindo a Lei, passa a escutar a voz de Deus. O pensamento identifica-se com a vontade universal e o homem passa a ver o desencadear das Leis e, por essa razão, adivinha os acontecimentos.
Quanto mais aumentava o sofrimento do povo, mais crescia dentro de suas consciências a esperança de um Ser justo que os viesse libertar. Além dos profetas, as mitologias falavam dele, os mistérios antigos previam sua vinda, os astrólogos calculavam, as sibilas, mulheres que tinham o dom de predizer o futuro, e os magos anunciavam que o mundo seria governado por um Filho de Deus. Até que, em Lucas 1:26, podemos ler: "E o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galiléia chamada Nazareth, a uma virgem desposada por José, da casa de David, por nome Maria, a dizer-lhe:
"Eis que em teu ventre conceberás e darás à luz um filho e pôr-lhe-ás o nome de Jesus". E disse Maria ao anjo: "Como se fará isto, visto que não conheço varão?" E, respondendo, o anjo disse: "Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra".
Nas tradições existem inúmeros exemplos de seres nascidos de virgens. Como o nascimento desses grandes Seres nem sempre tem uma explicação muito clara, uma porcentagem enorme está envolta no mistério da Virgem-Mãe. Todas as tradições possuem a sua e, algumas delas, são:
Adha-Mari – Hindu |
Herta - Germânica |
Isis – Egípcia |
Ina - da Oceania |
Astaroth – Hebraica |
Isa - Japonesa |
Astarté – Síria |
Ching-Mu - Chinesa |
Afrodite – Grega |
Jaci - entre os indígenas |
Vesta – Romana |
Iemanjá - Africana |
Spencer Lewis afirma que encontrou citações declarando que Zoroastro e Ciro eram filhos de virgens; Pitágoras, em 570 a.C., também é tido como filho de virgem, sendo que seu Pai foi avisado em sonho. Apolônio de Tiana, filósofo Neopitagórico, que viveu na época de Cristo, Aesculapius, deus Romano da medicina, bem como Asclépio, deus Grego da medicina e Quetzal Coatle, entre os Incas, são outros exemplos de filhos de virgens. De Platão, que viveu de 428 a 348 a.C., dizia-se que era filho de Deus com a virgem Perictione.
Yeseus Krishna, em 3.500 a.C., nasceu da virgem Devaki, sendo que seu nome lembra o de Jesus. Budha, 500 a.C., nasceu da virgem Maiadevi. Um deva de luz, ou anjo, fez a anunciação a sua Mãe que, antes de concebê-lo, teve a visão de um elefante branco ostentando o Loto de Mil Pétalas, como símbolo da centelha Divina manifestada na Terra.
Na China a história se repete - Lao-Tsé, em 3.468 a.C., nasce de virgem. Nas paredes de um templo ao longo do Nilo aparecem representações do Deus Toth, que era tido como mensageiro de Deus, avisando a rainha Mautmés de que iria conceber o filho de Deus que seria Redentor.
Quando os primeiros europeus chegaram ao Hindostão, encontraram os nativos adorando o Salvador concebido divinamente de virgem.
Edouard Schuré comenta o seguinte: "O princípio espiritual que encarna precisa de um vaso de eleição, daí a lenda da virgem que se vê por toda a parte".
Relativamente a esta forma de nascimento fora dos padrões humanos, Palmer Hall transcreve, em seu artigo "Cristianismo Místico", uma declaração curiosa feita por Justino, o Mártir (100 - 165 d.C.), pertencente à linha dos filósofos apologistas e que, portanto, procurava defender a fé Cristã das acusações que lhe eram feitas. As palavras de Justino foram dirigidas aos pagãos, sendo que ele próprio fora pagão convertido ao cristianismo: "E quando se diz que a Palavra, o Verbo, que é o primeiro nascimento de Deus foi produzido sem união sexual, e que Ele, Jesus Cristo, nosso Mestre, foi crucificado, morreu e ressuscitou, e subiu ao Céu, propomos nada diferente daquilo que acreditais em relação àquele que considerais como filho de Júpiter. Se afirmamos que a palavra de Deus nasceu de maneira particular, diferente da geração comum, deixemos isto, como foi dito acima, ser coisa não extraordinária para vós que dizeis que Mercúrio é a palavra angelical de Deus. Se alguém objeta que Ele foi crucificado, nisto também Ele está em pé de igualdade com aqueles considerados por vós como filhos de Júpiter e que sofreram tal como foi enumerado".
Esta citação torna evidente que os Cristãos dos primeiros tempos estavam mais predispostos a aceitar as semelhanças entre a fé Crista e a dos pagãos, atitude que iria, cada vez mais, diminuindo com o passar dos tempos e com os concílios.
Jesus, nos vários relatos históricos, tem sido citado como Jeoshua-ben-Panther e, entre nós, Jeoshua-ben-Pandira. A origem desse nome segundo uma das versões, uma vez que existem outras, diz o seguinte: por ser Maria uma virgem, Jesus começou a ser conhecido por Joshua-ben-ha-Parthenos, sendo que Parthenos em Grego significa virgem. Com segundas intenções, os Judeus falsearam a palavra Parthenos e passaram a chamá-lo por Joshua-ben-ha-Panther, o filho da pantera, isto com sentido pejorativo.
Com o passar do tempo, a origem desta designação caiu no esquecimento. Os próprios Judeus não sabiam mais que "ben-ha-Panther" tinha sido um nome forjado com ironia e, como no Oriente um filho usa sempre o nome do Pai, conseqüentemente, Panther foi tomado pelo nome do Pai de Jesus. Como Panther não fosse um nome conhecido entre os Judeus, o homem que tinha esse nome deveria ser, pois, um estrangeiro, um legionário Romano.
Chamberlain, genro de Wagner, em seu livro "Os fundamentos do Século XIX" e Ernst Haeckel em "Enigmas do Universo", utilizam-se dessa história para dizer que Jesus não é Judeu, mas sim Ariano. Todavia, os evangelhos dizem claramente que Jesus é da linhagem de Davi. O apóstolo Paulo, quando missionário dos pagãos e o evangelista Lucas, pagão de nascimento, por certo não veriam nenhuma desvantagem na origem pagã de Jesus e, sem dúvida alguma, se teriam referido a ela em alguma parte.
Relativamente à cidade de Nazaré, Spencer Lewis, pertencente à organização Amork, realizou intensa pesquisa e afirma que ela não existia ao tempo de Jesus. Nazaré é cidade bem mais recente e surge nos textos bíblicos em virtude da necessidade dos pesquisadores encontrarem um lugar para os primeiros anos da vida de Jesus.
Alem do mais, esse lugar adaptava-se bem à função de Jesus. Segundo Empédocles, que viveu 500 a.C., para a alma que vem do céu, o nascimento é morte. Encarnado, cai sob a força dos elementos. Quanto mais alto seu grau de origem, maior o esforço para recobrar os potenciais adormecidos e poder adquirir consciência da missão. Precisa de paz. A Galiléia é belíssima e, portanto, apropriada para receber o Cristo, o filho de Deus.
Vários escritores afirmam que o título Nazareno não indicava que o indivíduo nascera em Nazaré. Nazareno era nome dado pelos Judeus àqueles que pertenciam a uma ordem secreta que deixava crescer os cabelos. João Batista era Nazareno e também Sansão e Samuel, o que podemos comprovar lendo os seguintes trechos:
Em Juízes 13:5 - "Porque eis que tu conceberás e terás um filho sobre cuja cabeça não passará navalha, porquanto o menino será nazareno desde o ventre; e ele começará a livrar Israel da mão dos filisteus". Referia-se a Sansão.
Em Samuel 1:11 - "Mas se a Tua serva deres um filho varão, ao Senhor o darei por todos os dias da sua vida e sobre a sua cabeça não passará navalha.". Referia-se a Samuel.
Em Atos dos Apóstolos 25:5, podemos ler sobre a condenação de Paulo, como sendo um dos chefes da seita dos Nazarenos.
A enciclopédia Judaica fala claramente nessa seita, inclusive afirmando que ela e a dos Essênios tinham muitas características em comum. Na própria Bíblia, em Números 6, estão registradas as leis do nazireado.
O que aconteceu foi que, aquilo que consta nos escritos primitivos como Jesus, o Nazareno, foi traduzido por Jesus de Nazaré. O antigo nome da atual Nazaré era En Nazira, descoberta no terceiro século depois de Cristo. E aqui temos um outro enigma: na Bíblia, em S. Lucas 4:16, consta que Jesus pregava na sinagoga: "E chegando a Nazareth, onde fora criado, entrou num dia de sábado na sinagoga e levantou-se para ler". Acontece, porém, que En Nazira não possuía sinagoga.
Palmer Hall, autor de "Conhecimentos secretos através dos tempos", relata o seguinte: "Acredita-se que os Pais de Jesus, José e Maria, eram membros da Ordem dos Essênios. José foi por muitos anos mais velho do que Maria. De acordo com o Protevangelium, ele era viúvo com filhos crescidos e, no Evangelho de Pseudo Matheus, ele se refere a Maria como uma criança mais nova do que seus próprios netos. Maria foi, na sua infância, dedicada ao Senhor e os escritos apócrifos contém muitas referências a milagres associados com sua infância. Quando ela tinha 12 anos, os sacerdotes se reuniram em conselho para decidir sobre o futuro dessa criança que se havia dedicado ao Senhor. Quando o Sumo Sacerdote Judeu, portando a armadura, entrou no Sanctum Sanctorum, teve a visão do anjo Gabriel que lhe disse: "Zacarias, vai e convoca os viúvos de entre a população e deixa cada um trazer um bastão e ela será a esposa daquele a quem o Senhor mostrar um sinal". José entrega seu bastão que, em tamanho, era apenas a metade dos outros. No tempo aprazado, os bastões foram devolvidos, menos o de José que, de tão pequeno, ficara esquecido no átrio do templo. Esperaram pelo sinal do Senhor, mas nada aconteceu. José, velho, nem reclamou o seu; mas aparece um anjo ao Sumo Sacerdote ordenando-lhe que devolvesse a pequena vara e, ao entregá-la a José, uma pomba branca voou da extremidade do Templo e pousou sobre a cabeça do idoso carpinteiro e a ele foi entregue a menina. Outras lendas de origem Cristã dizem que o sinal foi uma floração no bastão de José. José e Maria, duas almas devotas e puras, consagradas ao serviço de Deus, sonhando com a vinda do Messias, obedeceram às ordens do Sumo Sacerdote dos Essênios no sentido de preparar um corpo para a vinda de um grande Ser. Assim, de uma concepção imaculada, Jesus nasceu. Por imaculado quer-se mais significar limpo e puro do que sobrenatural".
A Bíblia confirma inúmeras vezes a Divindade de Jesus:
Paulo aos Romanos capítulo l:
3: Acerca de seu Filho, que nasceu da descendência de David segundo a carne;
4: Declarado Filho de Deus em poder, segundo o Espírito de santificação...
Paulo aos Hebreus capítulo 1:
4: Feito tanto mais excelente do que os anjos, quanto herdou mais excelente nome do que eles.
5: Porque a qual dos anjos disse jamais: Tu és meu Filho, hoje te gerei? E outra vez: "Eu lhe serei por Pai, e ele me será por Filho?"
Capítulo 5:
5: Assim também Cristo se não glorificou a si mesmo, para se fazer sumo sacerdote, mas aquele que lhe disse: Tu és meu Filho, hoje te gerei.
Capítulo 13:
3: Meu filho és tu, hoje te gerei.
Paulo aos Colossenses capítulo 1:
15: O qual é imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a creação .
Apocalipse capítulo l:
5: E da parte de Jesus Cristo, que é a fiel testemunha, o primogênito dos mortos e o príncipe dos reis da terra.