Tanto a palavra Buda quanto a palavra Cristo significam Sábio, Iluminado. Cristo procede do grego "Chrestus ou Krestus" que tem o significado de Ungido, Sábio, Iluminado. Buda é uma palavra sânscrita e tem os mesmos significados.
Buda e Cristo não são nomes individuais como julga a maioria e sim dignidades ou graus a que podem chegar, tanto no oriente como no ocidente, aqueles que se sujeitarem a uma iniciação integral, capaz de lhes conferir uma autoridade espiritual muito superior à dos homens vulgares. Daí dever-se dizer: Gautama, o Buda, Jesus, o Cristo.
Segundo H.P.B., o termo "Christos" foi empregado no século V a.C. por Ésquilo, Heródoto e outros, ao se referirem aos oráculos transmitidos pelas pitonisas, ou pítias.
"Chresterion" não é apenas o assento de um oráculo, mas também uma oferenda ao oráculo. "Chrestes" é aquele que explica os oráculos, um profeta e adivinho. E "Chresterios" aquele que serve a um oráculo ou a um deus.
"Chrestos" significava "discípulo posto à prova" donde as provas iniciáticas da antiga Maçonaria e de outras Ordens Secretas. O candidato que aspirava à dignidade de Hierofante, sacerdote que presidia aos mistérios de Eleusis, na Grécia antiga, e que conseguisse alcançar esse grau por meio da iniciação, vencendo duras provas e sofrimentos, era ungido, ou untado com azeite, segundo a última prática do cerimonial ritualístico. Ele transformava-se, então, no "Christos", o Purificado, o Ungido, o Iluminado em linguagem esotérica. Um dos primeiros escritores cristãos, Justino Mártir, em sua primeira apologia, chama a seus correligionários de "Chrestians".
Ao que tudo indica, os termos Cristo, Cristãos, escritos originalmente Chrest, Chrestians, foram extraídos do vocabulário dos templos pagãos.
Segundo a teosofia, os Avataras, representações humanas da Divindade sobre a face da terra, sempre surgem sustentados por dois Seres - um com função Sacerdotal e, o outro, com função Real. No caso de Cristo, se bem que não seja percebido pelos cristãos, está claro na Bíblia. A discrepância entre as genealogias de Jesus feitas por São Matheus 1:6 e São Lucas 3:31, vem comprovar a existência de dois Seres. Analisando as duas, vemos que ambas procedem de Davi, apenas que uma das genealogias segue a linha de Salomão, o Rei, e a outra a de Nathan, o Sacerdote, ambos filhos de Davi. Sintetizando, temos:
Temporal |
Sacerdotal |
Salomão |
Nathan |
Roboão |
Mathatha |
Mathan |
Mathat |
Jacob |
Heli |
José |
José |
Jesus |
Jesus |
Segundo São Matheus |
Segundo São Lucas |
Temos prova disso na própria Bíblia:
Como Rei - São Matheus 2:2 - "Onde está aquele que é nascido rei dos judeus?"
Como Sacerdote é inúmeras vezes citado dentro da Bíblia. Palmer Hall diz o seguinte: "Em Hebreus 7:17 lemos: "Porque dele assim se testifica: Tu és sacerdote eternamente, segundo a Ordem de Melchisedech". Isto situa Jesus como um dos da ordem ou linha da qual deveriam ter havido outros. Se os Melchisedech eram os divinais e sacerdotais regentes das nações da terra, antes da inauguração do sistema de governantes temporais, então a afirmativa atribuída a São Paulo, como autor da carta aos Hebreus, indicaria que Jesus também era um desses Seres eleitos e estava tentando restabelecer um sistema de governo. Lembre-se de que Melchisedech também realizava a mesma cerimônia da bebida do vinho e da partilha do pão assim como fez Jesus na última ceia".
Nos governos antigos, essas posições dos governantes era nítida - o poder temporal exercido pelo Rei ou Imperador e o poder Sacerdotal, pelo Sumo Sacerdote.
No caso de Cristo, enquanto o Messias Sacerdotal esteve entre os Essênios, o outro, o príncipe da linha de Davi, passou grande parte de sua infância e juventude na Ásia e no Tibete. Ambos surgem na mesma época - um ensinando o Amor, o outro, executando o Rigor, tal como se vê, por exemplo, no episódio dos vendilhões do templo.
Reforça essa idéia a existência de dois túmulos, um em Jerusalém, outro em Srinagar, pois, segundo Nicholas Roerich, um dos Cristos esteve na Índia. Em sua obra "El Corazon de Ásia", editado pelo museu Roerich de New York, Nicholas afirma ter encontrado citações de que Jesus esteve em Srinagar e na cidade de Leh, na Índia, e que esse fato se acha muito difundido na Ásia Central e na região de Ladack, Sinkiang e Mongólia. Diz ainda o autor Roerich que, na cidade de Leh, é corrente o comentário de que Jesus pregava ao povo antes que partisse para a Palestina. Roerich descobriu um manuscrito redigido em língua Pali, língua sagrada, em um dos mais reclusos mosteiros do Tibete. Consta nesse manuscrito que Jesus, o melhor e o mais sábio de todos os homens, veio da Palestina para estudar nos claustros Tibetanos e termina declarando que Jesus volta à Palestina onde compareceu perante o tribunal de Pôncio Pilatos.
O Padre Huc, autor das obras "Dans le Thibet", "Dans la Tartarie" e "Dans la Chine", descreve a semelhança entre o Budismo do Norte e o Cristianismo citando objetos e ritos, sendo, por essa razão, expulso da Igreja.
O Sacerdote Brâmane toma o pequenino Agni nas mãos, coloca-o sobre o altar e unta-lhe o corpo com manteiga clarificada, sendo que, através desse ato, o pequeno Deus se torna o Ungido, o Iluminado. É desse ritual que a Igreja tirou a tradição da unção pelos santos óleos, com o sentido de purificação para aquele a ser batizado.
O professor Hassnain, diretor do Departamento de Arquivos, Bibliotecas e Monumentos do Governo de Cachemira, mostrou a Nicholas documentos que se referem a um ser chamado Yusu, Yusuf, Issa, Issana e Isa, nomes em línguas Cachemir, Árabe e Urdo. Nos documentos fica claro que esse ser era Jesus de Nazaré e que seu túmulo está em Srinagar.
Roerich, viajando pelo norte da Índia, atravessou os territórios de Cachemira e Ladack e, em Hemis, a 38 km. a sudeste de Leh, entrou em contato com um sacerdote budista, ou um Lama, que lhe traduziu trechos de um documento redigido em língua pali, falando da permanência do profeta Isa na Índia, sendo que, a época a que o documento se refere, coincide exatamente com o tempo em que Jesus esteve ausente dos Evangelhos.
A causa do movimento realizado por esses dois Seres haver fracassado, está no fato de que Cristo só poderia atuar com as vibrações e potencialidades fornecidas pela humanidade. Os deuses nada podem fazer além do realizado pelo homem, pois estariam interferindo em seu livre arbítrio. Como o potencial humano era insuficiente, houve necessidade do sacrifício .
Prepararam o advento do Cristo, as Ordens Secretas dos Essênios, dos Terapeutas e dos Nazarenos. A vinda do próximo Avatara, da próxima representação da Divindade sobre a face da terra, conhecido nas tradições orientais pelo nome de Maitreya, e pelos cristãos como a volta do Cristo, deve estar sendo preparada por Ordens Secretas que surgirem neste final de ciclo e tiverem a sabedoria de levar um plano com critério, organização e zelo a fim de que não haja necessidade de um novo sacrifício.