3ª PARTE
"MEDITAÇÃO" 

CAPÍTULO III
"LEIS FORMAIS DO PENSAMENTO"

1. Lei da contradição.

É resultante da Lei da Polaridade, tão bem descrita pela Teosofia como uma Lei Universal e registrada pela lógica. Um dos referenciais da mente é o seu oposto - o dia evoca a noite; o bem evoca o mal; escravidão evoca liberdade. Ela existe a fim de gerar a dúvida necessária para que o funcionamento interno do homem seja dirigido por seu livre arbítrio. Descartes, grande filósofo, que viveu de 1.596 a 1.650, elaborou o "Método da Dúvida Sistemática" para evolução do raciocínio e que vem sendo acatado desde a Renascença até os dias de hoje.

 

2. Lei do meio excluído. Serve para ajudar a controvérsia da polaridade.

Devo decidir por um dos pólos, senão entro em conflito. Uma coisa não pode ser e não ser ao mesmo tempo. Por exemplo, se o homem é racional, ele não pode ser irracional ao mesmo tempo. Para treinar, devemos pensar no meio termo como a negação dos dois pólos opostos. Por exemplo: frio, morno e quente. Pensar no morno como não frio e não quente. A matemática moderna treina essa tática com as figuras geométricas dos Blocos Lógicos. levando a criança a classificar, por exemplo, as figuras "não círculo".

 

3. Lei da identidade, ou dos semelhantes.

Aqui entra a capacidade de associação e de analogia, dois atributos indispensáveis para se desenvolver a intuição. São as chaves da Meditação. Se estivermos alertas, perceberemos que toda a percepção atual traz sempre a lembrança de algo anterior, tal como pessoas parecidas, formas semelhantes, idéias associáveis.

 

4. Lei da contiguidade.

Não é associação, é dependência, complementação.

Por exemplo: flor, traz idéia de jardim, vaso etc.; escola, pode trazer giz, professor etc. Estas duas leis - da identidade e da contigüidade - são ótimas para organizar a memória. São verdadeiros cabides para se pendurarem as idéias. Criar o hábito de ligar todo o conhecimento novo, por associação ou dependência, com algo já conhecido.

 

5. Lei da repetição.

Aristóteles dizia: "Repetir é aprender". Esta sua sentença foi mal interpretada pela didática. Formou-se o conceito de que se devia repetir para decorar. Mas o que ele queria dizer é que, quanto mais vezes passo por um mesmo assunto, apresentado ou trabalhado de formas diferentes, mais interiorizo a idéia. Este pensamento de Aristóteles foi bem captado por alguns estudiosos. Por exemplo, o argumento fundamental da Leitura Dinâmica é esse - lendo mais rapidamente, posso passar pelo mesmo assunto em vários livros.

Orientado por esse pensamento, o pedagogo Brunner criou um método de aprendizagem que denominou de "Espiral do Conhecimento" e que é eficientíssimo. Consta da abordagem progressiva de cada conteúdo, ao longo dos graus, desde o primeiro até a Faculdade, contendo cada abordagem um nível maior de abrangência e complexidade.

 

6. Motivação.

Já citado quando tratamos da atenção, mas é Lei formal do pensamento.

 

Após a apresentação destas leis que implicam no processo imediato, direto do raciocínio, passamos para as funções da inteligência.

 

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